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  • Foto do escritorKauane Lahr

Aumenta a desigualdade salarial e diminui o poder de compra das classes mais baixas no Brasil

No acumulado de 12 meses, a inflação para os mais pobres foi 0,14 pontos percentuais maior do que para os mais ricos


No mês de novembro, a pressão da inflação foi maior para famílias com menos poder de compra (0,54%), do que para famílias com renda mais alta (0,43%). Os dados de Inflação por Faixa de Renda foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na última terça-feira, dia 10. As famílias com renda muito baixa são as que têm renda domiciliar até R$ 1.643,78 ao mês. Já as famílias de renda alta são as que recebem mais que R$ 16.442,40 por mês.

A maior parte da alta inflacionária para a população de renda mais baixa pode ser explicada pelo aumento nos preços da carne (8,1%) e da energia elétrica (2,2%). Enquanto o aumento no preço de combustíveis, passagens aéreas e jogos lotéricos, são responsáveis pela alta inflação entre as classes mais altas.

Os grupos de alimentação e habitação foram os que mais contribuíram com o aumento da inflação. Alimentos e bebidas ocupam 0,26 pontos percentuais da inflação para rendas mais baixas, ao passo que para rendas mais altas, esse número fica em 0,07 p.p. Entre as rendas mais altas, o grupo que mais contribui com a inflação é o de despesas pessoais, com 0,18 p.p.

Além da diminuição do poder de compra das famílias de baixa renda, por conta da alta nos preços, a desigualdade salarial aumentou. No terceiro trimestre de 2019, a maior retração nos rendimentos foi nas classes mais altas (de 0,66%). Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) nos revelam que, ao longo do ano, a retração foi maior entre as classes mais baixas (-0,87%). No acumulado dos três trimestres, os rendimentos das classes mais altas foi de 1,1%.


Menos carne na mesa do trabalhador



Em novembro, ficou 1,01% mais caro se alimentar em casa. Liderando os grupos de despesas, alimentos e bebidas tiveram uma alta de 0,72%. Além do aumento de mais de oito por cento nas carnes, ficaram mais caros: cereais, leguminosas e oleaginosas (1,65%), óleos e gorduras (1,33%), os produtos panificados (0,71%) e as carnes industrializadas (0,69%).

Também houve queda no preço de alguns alimentos. Algumas mais significativas, como tubérculos, raízes e legumes (-12,15%). As hortaliças tiveram uma deflação de 2,20%. Leites e derivados ficaram 0,93% mais baratos.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), – com base na cesta mais cara do mês de novembro, registrada em Florianópolis – para suprir as despesas de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o valor do salário mínimo deveria ser R$ 4.021,39, ou seja, quatro vezes o valor atual.




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